ext_166272 (
singie.livejournal.com) wrote in
jogodastrevas2009-09-22 08:40 pm
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#3; fic; seto e yugi
Estive antecipando esse momento há dias.
Ele aparece em um momento inesperado, da típica maneira que Kaiba-kun sempre gosta de aparecer. O helicóptero dele pousa na nossa frente, bem do jeito que eu tinha imaginado que aconteceria, barulhento e com vento soprando para todo o lado, quebrando toda a escuridão noturna.
Acho que estou tão feliz em ver que ele estava bem que não dá para notar meu nervosimo.
E é quando vem minha primeira surpresa. Em nenhuma das versões da cena do reencontro que eu imaginei Kaiba-kun tinha reconhecido minha presença tão rápido!
"Quanto tempo, Yugi." Ele diz, olhando para mim.
Do jeito que ele está, com a mão no bolso e cara entediada, qualquer um diria que ele está fazendo pouco caso, mas eu conheço Kaiba-kun. Ele estava esperando por esse momento também.
Minhas mãos tremem um pouco, porque eu não quero que nada dê errado.
E então eu pego as cartas que estive guardando cuidadosamente para ele. Acho que decorei esse deck. Não por maldade, nem para decorar a estratégia dele, mesmo porque Kaiba-kun tem tantas cartas raras que pode mudar de estratégia a cada duelo.
Mas essas cartas aqui... Cada uma elas me lembra o Kaiba-kun. A voz. Os olhos. Elas trazem lembranças do duelo entre Meu Outro Eu e ele. É engraçado. O jeito como Kaiba-kun age é muito parecido com o jeito como ele joga!
"Esse aqui é seu deck, Kaiba-kun. Eu estive guardando ele pra você."
Ele retoma o deck sem encostar na minha mão. Acho que Joey percebeu meu desapontamento pela careta que ele está fazendo.
"De uma forma ou de outra, acho que devo te agradecer."
É tudo que Kaiba-kun diz antes de se virar para ir atrás do Pegasus. Eu tento pensar em alguma coisa rápido para prolongar o encontro um pouquinho mais, mas não quero atrapalhar. Ele está lutando para salvar um ente querido, e nada que eu possa falar poderia ajudar ele de alguma forma. A não ser...
"E o coração das cartas, Kaiba-kun? Você já percebeu?"
Ele para de andar, mas não se vira para olhar para mim de novo. Fica assim por alguns segundos, que parecem bem longos daqui de one estou, com minhas mãos suando frio. Ele deve ter achado minha pergunta idiota, como ele sempre acha quando eu tento falar de alguma coisa séria. Ou será que está pensando em uma resposta?
"Alguma coisa errada?" Eu pergunto inseguro, querendo quebrar o silêncio e o meu desconforto.
"Eu vou ter uma resposta... Quando eu conseguir proteger a Kaiba Corporation e resgatar Mokuba."
Ele se vira para mim, finalmente. A voz dele é fria, mas dá pra ver a determinação dos seus olhos, preparados para enfrentar qualquer desafio até o final por quem ama. Assim como eu. Aquele é o mesmo olhar agitado e fervente que Kaiba-kun usou no nosso duelo – quer dizer, no duelo contra Meu Outro Eu.
Esse olhar me faz arrepiar.
"Vou derrotar Pegasus. É o único jeito." Ele finaliza, pronto para partir outra vez. Eu fico parado, olhando ele seguir em frente. Parece que o mundo dele é tão distante, quando na verdade nós somos tão próximos! Queria ouvir mais sobre ele.
"Kaiba-kun..."
Eu não ligo para essa carapuça fria que Kaiba-kun sempre usa. Desde que encontrei o Espírito do Enigma, eu aprendi a ver por trás da máscara de indiferença que as pessoas usam, e eu consigo sentir que na verdade ele tem um coração enorme. Sei também que ele me vê como um rival. E nada mais.
Na verdade, eu gostaria de poder vê-lo sem as barreiras. Gostaria que ele deixasse eu me aproximar.
Assim como um amigo de verdade.
Amigos que sabem o que o outro está sentindo, do jeito que Joey sabe o que estou sentindo agora. É como se toda a alegria que eu senti ao ver o helicóptero de Kaiba-kun pousando tivesse murchado e me deixado com nada, nenhuma lembrança ou desculpa para falar com ele tão cedo, assim como o deck havia sido.
Joey o confronta. Não gosto e ver duas pessoas que gosto brigando, mas Kaiba-kun parece estar satisfeito. Afinal, ele pode usar Joey para testar seu novo sistema de discos de duelo, e Joey parece empolgado com a idéia.
O duelo é unilateral. Seria duro dizer isso em voz alta, mas Joey ainda não está preparado para ir contra alguém como Kaiba-kun. Ainda mais agora, que ele também tem um motivo mais forte que ele para lutar. Entendo tão bem.
"Yugi," Kaiba-kun se dirige a mim novamente, e eu escuto atento."Você não pode derrotar Pegasus. Eu vi ele lutar uma vez... É quase impossível."
Kaiba-kun faz parecer que é escórnia, mas eu sei que é preocupação. Talvez não preocupação genuína, mas sei que ele não quer que eu perca do Pegasus, afinal sou seu rival! Gosto de ser seu rival. É uma posição tão única e especial.
"... Eu não sei que truque de mente ele usou. Mas os discos de duelos devem ter vantagem."
Ao escutar a história, eu me lembro de quando o Espírito lutou contra Pegasus. Aconteceu algo parecido.
"Eu senti esse poder também!" Respondo, querendo mostrar que estamos no mesmo barco.
"Yugi," ele chama meu nome. "Eu vou até o castelo de Pegasus, e vou derrotá-lo. Vou recuperar o que foi tirado de mim."
As palavras finais de Kaiba-kun vem com mais amargura do que eu poderia ter esperado. Era como se tivesse outro significado por trás daquilo. 'Algo que foi tirado de mim'... Meu coração começa a bater forte e eu não sei por quê.
Claro que algo foi tirado de Kaiba-kun, mas é diferente quando ele baixa as defesas e se abre desse jeito. Consigo sentir sua dor. Ou será que essa sensação estranha é... Não consigo entender, nem pensar direito... Tudo fica escuro.
"Kaiba. Também estamos lutando por algo precioso que foi tirado de nós."
É minha voz, mas em um timbre diferente. Sei que meu outro eu está falando com Kaiba-kun, e sei o que está acontecendo mesmo não estando na cena. Será que Kaiba-kun também sabe que não sou mais eu?
"Sou eu quem vai acabar com Pegasus."
Diz minha voz, confiante como eu jamais consegui soar. Aquela confiança sim é de alguém que Kaiba-kun poderia chamar de rival. É minha voz, mas não sou eu de verdade lá.
É o Meu Outro Eu.
Kaiba-kun olha diretamente para cá, com aquela chama nos olhos, só que renovada. Como se o tom desafiador do Meu Outro Eu causasse isso nele. "O mesmo para você," ele rebate.
E pela primeira vez, Kaiba-kun sorri. Acho que eu nunca tinha visto ele sorrir desse jeito antes. Ele não está brandindo confiança como quando enfrenta um duelo qualquer. Dessa vez é diferente. É como se eles se entendessem, Meu Outro Eu e Kaiba-kun.
"Então, estou seguindo agora meu caminho até o catelo de Pagasus."
Mas dessa vez ele demora um pouquinho para se virar rumo ao castelo. Vejo o contato visual prolongado através dos olhos do Meu Outro Eu. Kaiba-kun... Acho que ele não percebeu que estou aqui.
Não sei como Meu Outro Eu faz isso, mas acima de tudo, não consigo entender esse enigma. Se Kaiba-kun não percebe que não estou lá, por que ele age tão diferente quando fala com Meu Outro Eu?
Ele se vai.
Eu assisto de longe, imaginando quando nos veremos de novo.
Ele aparece em um momento inesperado, da típica maneira que Kaiba-kun sempre gosta de aparecer. O helicóptero dele pousa na nossa frente, bem do jeito que eu tinha imaginado que aconteceria, barulhento e com vento soprando para todo o lado, quebrando toda a escuridão noturna.
Acho que estou tão feliz em ver que ele estava bem que não dá para notar meu nervosimo.
E é quando vem minha primeira surpresa. Em nenhuma das versões da cena do reencontro que eu imaginei Kaiba-kun tinha reconhecido minha presença tão rápido!
"Quanto tempo, Yugi." Ele diz, olhando para mim.
Do jeito que ele está, com a mão no bolso e cara entediada, qualquer um diria que ele está fazendo pouco caso, mas eu conheço Kaiba-kun. Ele estava esperando por esse momento também.
Minhas mãos tremem um pouco, porque eu não quero que nada dê errado.
E então eu pego as cartas que estive guardando cuidadosamente para ele. Acho que decorei esse deck. Não por maldade, nem para decorar a estratégia dele, mesmo porque Kaiba-kun tem tantas cartas raras que pode mudar de estratégia a cada duelo.
Mas essas cartas aqui... Cada uma elas me lembra o Kaiba-kun. A voz. Os olhos. Elas trazem lembranças do duelo entre Meu Outro Eu e ele. É engraçado. O jeito como Kaiba-kun age é muito parecido com o jeito como ele joga!
"Esse aqui é seu deck, Kaiba-kun. Eu estive guardando ele pra você."
Ele retoma o deck sem encostar na minha mão. Acho que Joey percebeu meu desapontamento pela careta que ele está fazendo.
"De uma forma ou de outra, acho que devo te agradecer."
É tudo que Kaiba-kun diz antes de se virar para ir atrás do Pegasus. Eu tento pensar em alguma coisa rápido para prolongar o encontro um pouquinho mais, mas não quero atrapalhar. Ele está lutando para salvar um ente querido, e nada que eu possa falar poderia ajudar ele de alguma forma. A não ser...
"E o coração das cartas, Kaiba-kun? Você já percebeu?"
Ele para de andar, mas não se vira para olhar para mim de novo. Fica assim por alguns segundos, que parecem bem longos daqui de one estou, com minhas mãos suando frio. Ele deve ter achado minha pergunta idiota, como ele sempre acha quando eu tento falar de alguma coisa séria. Ou será que está pensando em uma resposta?
"Alguma coisa errada?" Eu pergunto inseguro, querendo quebrar o silêncio e o meu desconforto.
"Eu vou ter uma resposta... Quando eu conseguir proteger a Kaiba Corporation e resgatar Mokuba."
Ele se vira para mim, finalmente. A voz dele é fria, mas dá pra ver a determinação dos seus olhos, preparados para enfrentar qualquer desafio até o final por quem ama. Assim como eu. Aquele é o mesmo olhar agitado e fervente que Kaiba-kun usou no nosso duelo – quer dizer, no duelo contra Meu Outro Eu.
Esse olhar me faz arrepiar.
"Vou derrotar Pegasus. É o único jeito." Ele finaliza, pronto para partir outra vez. Eu fico parado, olhando ele seguir em frente. Parece que o mundo dele é tão distante, quando na verdade nós somos tão próximos! Queria ouvir mais sobre ele.
"Kaiba-kun..."
Eu não ligo para essa carapuça fria que Kaiba-kun sempre usa. Desde que encontrei o Espírito do Enigma, eu aprendi a ver por trás da máscara de indiferença que as pessoas usam, e eu consigo sentir que na verdade ele tem um coração enorme. Sei também que ele me vê como um rival. E nada mais.
Na verdade, eu gostaria de poder vê-lo sem as barreiras. Gostaria que ele deixasse eu me aproximar.
Assim como um amigo de verdade.
Amigos que sabem o que o outro está sentindo, do jeito que Joey sabe o que estou sentindo agora. É como se toda a alegria que eu senti ao ver o helicóptero de Kaiba-kun pousando tivesse murchado e me deixado com nada, nenhuma lembrança ou desculpa para falar com ele tão cedo, assim como o deck havia sido.
Joey o confronta. Não gosto e ver duas pessoas que gosto brigando, mas Kaiba-kun parece estar satisfeito. Afinal, ele pode usar Joey para testar seu novo sistema de discos de duelo, e Joey parece empolgado com a idéia.
O duelo é unilateral. Seria duro dizer isso em voz alta, mas Joey ainda não está preparado para ir contra alguém como Kaiba-kun. Ainda mais agora, que ele também tem um motivo mais forte que ele para lutar. Entendo tão bem.
"Yugi," Kaiba-kun se dirige a mim novamente, e eu escuto atento."Você não pode derrotar Pegasus. Eu vi ele lutar uma vez... É quase impossível."
Kaiba-kun faz parecer que é escórnia, mas eu sei que é preocupação. Talvez não preocupação genuína, mas sei que ele não quer que eu perca do Pegasus, afinal sou seu rival! Gosto de ser seu rival. É uma posição tão única e especial.
"... Eu não sei que truque de mente ele usou. Mas os discos de duelos devem ter vantagem."
Ao escutar a história, eu me lembro de quando o Espírito lutou contra Pegasus. Aconteceu algo parecido.
"Eu senti esse poder também!" Respondo, querendo mostrar que estamos no mesmo barco.
"Yugi," ele chama meu nome. "Eu vou até o castelo de Pegasus, e vou derrotá-lo. Vou recuperar o que foi tirado de mim."
As palavras finais de Kaiba-kun vem com mais amargura do que eu poderia ter esperado. Era como se tivesse outro significado por trás daquilo. 'Algo que foi tirado de mim'... Meu coração começa a bater forte e eu não sei por quê.
Claro que algo foi tirado de Kaiba-kun, mas é diferente quando ele baixa as defesas e se abre desse jeito. Consigo sentir sua dor. Ou será que essa sensação estranha é... Não consigo entender, nem pensar direito... Tudo fica escuro.
"Kaiba. Também estamos lutando por algo precioso que foi tirado de nós."
É minha voz, mas em um timbre diferente. Sei que meu outro eu está falando com Kaiba-kun, e sei o que está acontecendo mesmo não estando na cena. Será que Kaiba-kun também sabe que não sou mais eu?
"Sou eu quem vai acabar com Pegasus."
Diz minha voz, confiante como eu jamais consegui soar. Aquela confiança sim é de alguém que Kaiba-kun poderia chamar de rival. É minha voz, mas não sou eu de verdade lá.
É o Meu Outro Eu.
Kaiba-kun olha diretamente para cá, com aquela chama nos olhos, só que renovada. Como se o tom desafiador do Meu Outro Eu causasse isso nele. "O mesmo para você," ele rebate.
E pela primeira vez, Kaiba-kun sorri. Acho que eu nunca tinha visto ele sorrir desse jeito antes. Ele não está brandindo confiança como quando enfrenta um duelo qualquer. Dessa vez é diferente. É como se eles se entendessem, Meu Outro Eu e Kaiba-kun.
"Então, estou seguindo agora meu caminho até o catelo de Pagasus."
Mas dessa vez ele demora um pouquinho para se virar rumo ao castelo. Vejo o contato visual prolongado através dos olhos do Meu Outro Eu. Kaiba-kun... Acho que ele não percebeu que estou aqui.
Não sei como Meu Outro Eu faz isso, mas acima de tudo, não consigo entender esse enigma. Se Kaiba-kun não percebe que não estou lá, por que ele age tão diferente quando fala com Meu Outro Eu?
Ele se vai.
Eu assisto de longe, imaginando quando nos veremos de novo.