[identity profile] singie.livejournal.com posting in [community profile] jogodastrevas

Attica olhava para a sala da casa dos Truesdale. Era grande e parecia um palaciozinho. Ficava feliz que Alexis tinha crescido em uma casa tão grande e confortável, sendo que mesmo se ele tivesse uma infância feliz em Kul Elna, ele teria uma vida bem mais simples.

Estava um pouco nervosa, pois esta seria a primeira vez que Alexis ia vê-la depois de ter se apresentado, e ele ainda não tinha chegado de suas aulas.

Receosa, ficou sem saber o que fazer quando os servos com um pouco de medo, pediram para ela esperar na sala. Estava com medo também, mas de encostar nas coisas e culparem ela de almadiçoar a família sem nem ao menos conhecer seu irmão direito, então ficou quieta e em pé, longe das coisas.


Zara foi informada por um de seus serviçais que a moça tinha chegado na casa e estava aguardando pelo seu irmão. Ela não era boba e sabia do que Attica era capaz, e seria uma mentira dizer que ela não tinha um pouco de medo do que a sacerdotisa acompanhada por um deus poderia fazer. Mas depois de ouvir tudo o que Alexis lhe contou a respeito da jovem, Attica estava curiosa para ver seu rosto mais uma vez. Em seu último encontro, ela lembrava apenas de malícia e de crueldade vindo dela, mas agora ela desconfiava que talvez aquilo tivesse sido apenas o seu julgamento a impedindo de olhar para ela como uma menina normal que tinha sofrido muito e estava cansada. Curiosa, Zara deixou os papiros de lado e saiu da sala onde trabalhava para ir recepcionar a convidada. “Boa tarde.” Se anunciou, com certa cautela e tentando avaliar se deveria se aproximar.



Sem jeito, olhou para a moça que tinha acabado de entrar. “Bom dia!” falou baixinho, sem saber o que fazer direito, ou como se dirigir. Queria que a família de Alexis tivesse uma boa impressão dela, e sabia que ela tinha sido vedada de entrar na casa anteriormente.

Por saber que ela era de família importante, e depois de ter pensando nisso, deu uma pequena reverênciazinha, percebendo que ela estava com receio de se aproximar.

“Obrigada por ter me recebido em sua casa. E desculpe, acho que não calculei muito bem o horário para chegar. Kul Elna é um pouco longe daqui.” comentou, baixinho, esquecendo que egípicios não gostavam de ouvir o nome de sua vila por aí.


Zara fez uma pequena careta ao ouvir o nome da vila amaldiçoada. Ela não necessariamente concordava com a ideia de Attica de que aquele bando de ladrões eram inocentes. Olhando para a cara da sacerdotisa ali, no meio da sua sala, hesitando com o que parecia ser medo de Zara, ela pensou que talvez essa menina fosse um pouco bobinha e fácil de ser enganada por um deus maligno. “Hum.” Zara fez que sim com a cabeça, sem querer comentar muito a respeito. “Pode esperar sentada.” Disse simplesmente, indicando a longa poltrona que tinha na sala.


Attica achou simpático da parte da moça oferecer lugar para ela sentar, mas ainda sentia um certo descontentamento da parte dela de recepciona-la.

Esperando que desse tudo certo  e que  Nightshroud ou os espíritos não a interrompessem na visita, sentou-se no cantinho da cadeira refinada que tinha sido oferecida, impressionada com tudo por lá.

“Muito obrigada.” comentou ela, realmente agradecida. “Você tem uma casa muito bonita, parece o palácio” falou em tom sincero, tentando ser amigável.


Aquele comentário tinha sido bem bobo. Zara até estranhou, considerando que essa foi a pessoa que submeteu Jade a um envenenamento horrível. “Obrigada.” Respondeu, orgulhosa pela casa que tinha. “Se você quiser eu posso te mostrar o salão de jogos e o jardim.” Ofereceu antes que pudesse pensar duas vezes. Por um momento ela tinha esquecido o quão perigosa Attica era, e acabou sendo levada pela cara de boba da moça e pela oportunidade de exibir sua bela casa.


Attica ficou animada, levantando instantaneamente quando Zara se ofereceu.

“Se não for te incomodar, eu adoraria! Quero muito conhecer a casa que o Alexis cresceu” falou sincera, sendo que só tinha visto aquela casa do lado de fora por muitas vezes. Achava bom que Zara parecia ter mudado sua opinião a respeito dela.


Conforme acompanhava Attica pela casa, se perguntava se aquele jeitinho era algum tipo de atuação da sacerdotisa para ganhar sua confiança e depois usá-la para algum propósito ruim. Chegou até o salão de jogos, e começou a abrir as caixas de mármore que guardavam os diversos jogos de tabuleiros. “Esse aqui é o preferido do Alexis. Ele mesmo ajudou a lapidar o mármore branco.” Disse com um certo orgulho da sua condição econômica, aguardando para ver a reação da sacerdotisa.


Observava tudo maravilhada, realmente feliz por todas as oportunidades que Alexis tinha tido. Com os olhos marejados, pegou na mão de Zara e deu um sorriso.

“Muito obrigada por estar com o Alexis. De ter ficado com ele de ter considerado ele seu irmão. Eu consigo sentir o carinho que você sente por ele em suas palavras.” comentou, feliz mas ao mesmo tempo com um aperto no coração por não ter sido esta pessoa por ele.

“Este também é meu jogo preferido. Eu insisti para a Yulra me fazer um desses em madeira, pois não sou tão caprichosa.” comentou, soltando a mão dela, tentando ser mais distante para não assusta-la. Achava fofo o fato de mesmo distantes, inclinaram-se a gostar de algo tão específico.


Assustou-se um tanto quando Attica pegou sua mão, pois de uma forma ou de outra, ainda tinha receio dela. Ela carregava a sede de sangue de um deus, e ameaçava a faraó. Por instinto fez rapidamente um leve movimento retrativo, logo em seguida torcendo para que Attica não tivesse percebido ou não se ofendesse. “Me desculpe,” disse curtamente. “Hm. O Alexis é meu irmão. Eu não me importo com o passado dele.” Disse um pouco duramente perante a insinuação de Attica.


“Sim, ele é. Eu não quis dizer que ele não era...” falou um pouco envergonhada. “Me desculpe.” comentou, se sentindo um pouco mal por ter sido tão espontanea.

“Eu estou feliz, somente isso.” falou, tentando segurar um pouco a sensação de tristeza por nunca poder ser uma irmã como Zara foi para ele.

“Eu não sei se deveria ter voltado aqui. Não sei se foi um erro ir atrás dele quando ele ficou sabendo do passado dele.. Ele está feliz e nunca fui parte da vida dele. Acho melhor continuar não sendo”


Ficou sem reação diante da espontaneidade de Attica. Elas se conheciam há menos de meia hora e ela já estava se abrindo com tanta facilidade. Após estranhar um pouco, Zara considerou que ela devia ser uma pessoa muito carente. “Ele é forte. Você não precisa querer proteger ele como se fosse um bebê. Ele é uma das pessoas mais espertas que eu conheço.” Elogiou o irmão, querendo ver se aquilo diminuiria a preocupação da Attica. “Converse com ele, e só assim você vai saber o que ele quer. Infelizmente não posso falar por ele, Attica.”


“Eu sei. Quer dizer... eu via. Vi ele de longe estes anos, ele sempre me pareceu muito esperto. Mas mesmo assim, eu ainda lembro dele quando ele era um bebê, por isso acho que esta imagem não sai da minha cabeça. Demorou para saber que ele estava aqui com vocês.” falou, recordando-se. “Irei esperar por ele e conversar o que ele quiser. Mas caso seja melhor para ele, por favor, continue cuidado dele por mim. Eu queria ter sido a irmã dele também, e estou feliz por você ser a irmã mais velha que queria ter sido.”



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