#35, fic, mahad, seth e atem

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Atem, animado observava os papiros que Mahad tinha acabado de entregar para ele, sobre as conquistas do seu pai pela delta do Nilo e territórios mais acima do Egito, dos quais ele nunca imaginara antes.

Dentre elas, um desenho o intrigou. Os soldados de seu pai caminhavam por algo que parecia cair do céu e era branco, redondo e com desenhos em forma de estrela.

"O que é isso, Mahad?" Perguntou o príncipe com o olhar curioso para o recém feito sacerdote.

Mahad sorriu para ele e se sentou do lado, abrindo melhor a figura para explicar.

"Estes são os desenhos do meu mestre," falou explicando. "O grande faraó pediu para que ele viajasse além mar para relatar o que ele achava. Ele foi em terras em que o gelo caia do céu como se fossem estrelas cadentes."

"Mas Mahad, não era frio?" Perguntou preocupado. "Como as pessoas viviam com tanto frio?"

"Oras, meu príncipe. As pessoas se agasalhavam mais," falou ele, empolgado com o interesse de Atem pelas histórias que seu mestre o contava.

"Eu queria poder ver," falou ele, um tanto triste. "Acho que nunca poderei ver uma coisa destas. Meu pai não deixaria viajar assim."

O sacerdote ficou quietinho por alguns instantes e depois, pegando o seu cajado, se levantou.

"Nada que eu não possa dar um jeito, meu príncipe," falou, prontamente fazendo uma mágica simples, fazendo parecer um pouco de neve ao teto do palácio.

Atem animado, tentava pegar os flocos com as mãos em concha, mas o gelo se derretia ao alcançar as mãos do principe. Mesmo assim, ele dava pulinhos tentando.

"Basta, Mahad. Você está molhando o príncipe em uma véspera de ritual," falou Seth com uma voz dura, ao ver a diversão dos dois, entrando no salão para levar o principezinho com ele.

"Mas Seth, está cedo ainda," comentou Atem, meio tristinho, buscando o último floco que caia.

"O príncipe precisa se divertir um pouco, Seth," falou Mahad retribuindo o olhar duro até Seth.

Desviando-se das poças e indo até Atem, segurando-o pela mão, Seth observou o papiro no chão com descaso.

"Está mostrando as histórias do velho louco que era seu mestre, Mahad. Faça-me o favor de parar de iludir o príncipe com histórias fantasiosas. Deveria estar orientando ele sobre o ritual de hoje. Isso sim é importante. Impressão minha ou agora que se tornou sacerdote você está relapsando com suas tarefas?"

Mahad deu um olhar frio para Seth. Iria retrucar se Akunadin não tivesse entrado na sala para ver o que estava acontecendo.Não podendo retrucar com sacerdotes superiores, sendo ele mesmo um novato, teve que deixar o príncipe ir com eles sem falar nada, meio com o coração apertado com a carinha triste dele em querer continuar a brincar com Mahad.

==x==

Yami acordara naquela noite com frio. Se levantou da cama enorme de Seto, sem saber o que estava acontecendo para mudar o clima tão rapidamente.

Vestiu por cima um sobretudo de Seto, e foi para a varanda ver o que acontecia. Percebeu que lá fora pequenos flocos de gelo caiam.

Sem se importar muito com o frio, foi até eles, tentando pegá-los com a mão de forma instintiva, achando aquela cena estranhamente familiar.

"O que está fazendo aí. Está maluco? Vai morrer de frio," falou Seto, olhando meio irritadiço por ter sido acordado no meio da noite.

"O que é isso?" Olhou para ele, com um floco de neve nas mãos.

"Neve. Pare de agir como um estranho," falou como se fosse a coisa mais normal do mundo. "Venha, vamos dormir."

Seto o puxou para dentro do apartamento mais uma vez, incomodado por ter sido interrompido, Yami continuava a olhar pela janela, mesmo na cama. Seto por sua vez, não sabendo o que ocorria e não confortável por ele não estar se deitando com ele, o puxou a força contra si, para que ele se aconchegasse e dormisse com ele.

"O que foi? Por que está com esta cara?" Perguntou Seto, impaciente com a cara que ele fazia, e o desconforto que aparentava.

"Nada," falou Yami, tentando fingir que estava com sono e voltando a aconchegar para a satisfação de Seto, que dormira que nem uma pedra minutos depois.

"Era este o nome," falou Yami baixinho, olhando para a neve cair na sacada mais uma vez, com uma sensação de que algo estava lhe faltando.